Quantos viram?

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Confissão

Abri as portas da sensibilidade para o mundo e foi como se pudesse sentir as ondas sonoras que o coração produz quando pulsa, como se pudesse identificar todas as notas dessa canção que é viver. Descobri que sobreviver é a pior das mortes, porque a vida se desdobra em viver e a sobrevida é apenas uma luta para manter os olhos abertos, prefiro olhos fechados com sensação de dever cumprido, de vida vivida por inteiro. Cada 'não' foi uma experiência de morte, morte de amor, morte de desejos, de decepções,  de possibilidades e de tudo aquilo que eu queria ser. Mas precisei completamente de todas as minhas pequenas mortes para que eu pudesse renascer com mais vida, quantas vidas ainda tenho?


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Da entrega


Ei! Não se aquiete... Vai sentindo os sabores, os cheiros e o frescor que a vida tem. Não se aquiete!
Inventa suas histórias, guarda seus medos e se entrega. Tem uma alegria inteirinha aí na sua frente, esperando você agarrar com força e não soltar mais.
Complete-se. Não seja arrimo de ninguém. Não seja a metade de ninguém. Seja um inteiro transbordado a ponto de distribuir-se.
Doe a quem queira, doe-se a quem mereça.

Incógnita

Existe ócio produtivo?
Existe amor sem sorriso?
De que são feitas as ruas
Do infinito vazio em que piso?



sábado, 2 de agosto de 2014

Lei


Sancionado o desinteresse, não há decreto que restabeleça o apreço.
Nas ruínas de um coração entregue, o fim vira recomeço.