Coração é uma coisa complicada. Aprende e desaprende, desprende e reaprende a amar, se entrega à tempestade, destemido, e depois...tem que engolir o orgulho e aceitar o futuro que ele mesmo plantou, delegando ao destino a culpa de suas frustrações. Ah, coração... nos vira de ponta-cabeça e nos faz perder o ar, tomando o lugar do cérebro e controlando nossos sentidos. A gente olha diferente, a gente respira diferente, os sabores não são mais os mesmos e os toques nos despertam mais intensamente.
Se a gente pudesse mandar no coração, mandaria, mas ele é ousado e independente, se faz forte e quer fazer valer sua vontade. Mas na hora das consequências...
Se não houvesse consequências para as coisas do coração, tudo seria mais fácil. Ele poderia viver desse jeito, se apaixonando. E quando os caminhos indicassem nova direção, partiria sem sofrer. Mas não. Ele é inconsequente, vive na juventude, acha que tudo pode e nos prega peças
Chega uma hora que a gente pode aprender a deixar a razão dominar, mas não é facil. Para chegar lá é preciso uma boa dose de sofrimento, provocar quase que uma necrose cardíaca. A gente tem que esmagar o coração até o limite, procurar relações falidas a todo instante e depois esperar o resultado. Deixar cicatrizar sem remédio e aí o bendito fica tão calejado que qualquer sinal de aproximação é motivo para que ele acione o sistema de afastamento. Mas que graça tem?
Que graça tem não sentir mais o coração acelerar? Que graça tem não se entregar por completo e sentir tudo o que uma paixão, um amor, um romance bom pode nos trazer? Aquele arrepio na nuca... aquele resfriamento interno que ninguém sabe explicar... a sensação de estar perto do céu...
Algumas pessoas preferem não se entregar. Por medo de serem julgadas, por medo de sofrerem, por medo de terem que tentar até acertar. Outras (minha categoria preferida) não temem sentir cada instante e armazenarem em si todos os momentos únicos e indefiníveis que o coração pode trazer. Sabe-se que algumas coisas não foram feitas para darem certo, mas e daí?
Deixa rolar... viva esse coração que está aí pronto pra te fazer voar. Se doe, faça o melhor de si e depois a vida se encarrega de colocar no lugar tudo o que ficou bagunçado.
Deixa sim seu coração mandar, deixa ele fazer por você o que você jamais faria, porque se acontecer é porque é momento certo e se o momento certo não trouxer o que você acha certo, aceite de bom grado, pois você vai aprender a amar mais do que imagina.
Pode parecer bobagem, maluquice, mas o coração é isso. Processos infinitos de acertos e erros que, no final, dará a você sempre um motivo para lembrar e sorrir.
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