Não sei se em um tempo que não vivi as coisas eram diferentes, mas nos meus... chega a ser sufocante o exagero da falta de amor.
Eu gostaria de ser dotada dessa facilidade de esquecer, de não me importar e de descartar, pois tenho ido na contra-mão da humanidade. Sim, tenho ido na contra-mão porque eu me importo, eu prezo as relações que construo, as pessoas que adquiro. Cada pessoa é única para mim. Independente do tipo de vínculo que estabelecemos, eu prezo por elas. Por isso, mais uma das infinitas perguntas que me fazem viver na incompletude (segundo Clarice Lispector, pessoas que se questionam muito são incompletas): será que estou errada?
Não queria viver no mundo do desafeto, da falta de sinceridade e da falta de zêlo, mas se é o que tenho, me resta a adaptação. Me resta descartar os contatos do celular, me resta descartar as mensagens e me resta descartar as lembranças até conseguir descartar o sentimento. Infelizmente para o sentimento não tem botão.
Realmente são tempos difíceis para os sonhadores.
A sorte é que tenho as palavras, a escrita. Que sorte eu tenho! Às vezes chego a sentir que palavras são gente, até mais gente que a gente mesmo. São mais humanas que as pessoas.
E sabe de uma coisa? Pessoas podem até descartar umas às outras, mas na maioria das vezes o descartável é também reciclável.
Portanto, se te descartarem, recicle-se.
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